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sábado, 3 de outubro de 2009

ABSTRATO


Essa dor dilacerante
Corta como diamante
O céu que é meu
Da boca minha
No dente meu
Na minha
Instintiva vontade
De ter na boca a verdade
Que não direi
Essa alucinante mentira
Entala feito garra na garganta
Enche de lama
Minhas frases profanas
Que moram dentro da minha mente
Enlameada de vontades trocadas
De inverdades conspícuas
De palavras cruzadas
De trocadilhos desditos
E fingimentos explícitos
No vão intuído de vê-los
Prescritos num labirinto
Em cada curva do oblíquo
Desse poder perecido
Que brota avante e comedido
De dentro do meu instinto
Tolhido em meus nocivos
Gestos cabreiros
De ser tão mais passageiro
Esse desejo meu
Que ora é contido
No peito abusivo
Em baixo do umbigo
Sentido e revestido
De uma saudade efêmera
De uma pungente ferida
Que bate na cara da vida
Essa distinta vida
Desprezada e temida
Por mim...


Vanessa Rodrigues

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