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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

LEVIANO


LEVIANO

Há tanto tempo não te rimo com meus versos,
Nem te reservo um minuto do meu dia,
Eu, que pensei que teu adeus era meu término,
Me percebi bem mais feliz em tua partida.

Pensar que um dia eu te chamei amor eterno,
Senti sabor no que me provoca repulsa,
Lembrar teus lábios é mergulhar num lago fétido,
Que hoje enterro no vão passado em que fui tua.

Nada que fiz foi mais inútil que te amar,
Nada que eu faça será em prol de tua lembrança,
Foste um amargo pesadelo de inverdades,
Foste um sóbrio devaneio de criança.

As tuas taras me marcaram eternamente,
E hoje entendo o quanto foste leviano,
Me enganaste te fazendo de bom moço,
Mas és um porco e eu te odeio, ente profano.

(Vanessa Rodrigues)


Foto: PublicDomainPictures.net / Domínio público.

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